quarta-feira, 25 de março de 2009

CLPJornal saiu hoje. Vê a edição em www.clpjornal.pt.vu

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sábado, 21 de março de 2009

Poesia e Primavera

O CLP celebrou a chegada da Primavera com Poesia ou vice-versa. Ontem deu vida a uma árvore com flores e poemas.

Vou de comboio...
Vou
Mecanizado e duro como sou
Neste dia;
– E mesmo assim tu vens, tu me visitas!
Tu ranges nestes ferros e palpitas
Dentro de mim, Poesia!
Vão homens a meu lado distraídos
Da sua condição de almas penadas;
Vão outros à janela, diluídos
Nas paisagens passadas...
E porque hei-de ter eu nos meus sentidos
As tuas formas brancas e aladas?
Os campos, imprecisos, nos meus olhos,
Vão de braços abertos às montanhas;
O mar protesta contra não sei quê;
E eu, movido por ti, por tuas manhas,
A sonhar um painel que se não vê!
Porque me tocas?
Porque me destinas
Este cilício vivo de cantar?
Porque hei-de eu padecer e ter matinas
Sem sequer acordar?
Porque há-de a tua voz chamar a estrela
Onde descansa e dorme a minha lira?
Que razão te dei eu
Para que a um gesto teu
A harmonia me fira?
Poeta sou e a ti me escravizei,
Incapaz de fugir ao meu destino.
Mas, se todo me dei,
Porque não há-de haver na tua lei
O lugar do menino
Que a fazer versos e a crescer fiquei?
Tanto me apetecia agora ser
Alguém que não cantasse nem sentisse!
Alguém que visse padecer,
E não visse...
Alguém que fosse pelo dia fora
Neutro como um rapaz
Que come e bebe a cada hora
Sem saber o que faz...
Alguém que não tivesse sentimentos,
Pressentimentos,
E coisas de escrever e de exprimir...
Alguém que se deitasse
No banco mais comprido que vagasse,
E pudesse dormir...
Mas eu sei que não posso.
Sei que sou todo vosso,
Ritmos, imagens, emoções!
Sei que serve quem ama,
E que eu jurei amor à minha dama,
À mágica senhora das paixões.
Musa bela, terrível e sagrada,
Imaculada Deusa do condão:
Aqui vou de longada;
Mas aqui estou, e aqui serás louvada,
Se aqui mesmo me obriga a tua mão!
(Miguel Torga, in "Odes", 1946; "Poesia Completa", 2000)

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quarta-feira, 18 de março de 2009

Na corrente: «nunca o amor foi fácil, nunca, também a terra morre»

Um outro desafio chegado por intermédio da Ana Salomé (http://www.cicio.blogspot.com/) - "escolher uma pérola que tenha ficado na nossa memória mais profunda". Aqui deixo a minha pérola (im)perfeita: «nunca o amor foi fácil, nunca, também a terra morre»

Cala-te, a luz arde entre os lábios,

e o amor não contempla, sempre

o amor procura, tacteia no escuro,

essa perna é tua?, esse braço?,

subo por ti de ramo em ramo,

respiro rente à tua boca,

abre-se a alma à língua, morreria

agora se mo pedisses, dorme,

nunca o amor foi fácil, nunca,

também a terra morre.

(David Mourão-Ferreira)

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"Línguas de Perguntador" de 18 de Março In "A Voz do Minho"

O Línguas de Perguntador regressa, mais uma semana, ao Jornal "A Voz do Minho" para esclarecer algumas dúvidas e curiosidades dos nossos caros leitores sobre a nossa língua. E como amanhã é Dia do Pai, esta coluna é dedicada a todos os pais e a todos os filhos, pois de “pequenino é que se torce o pepino”. Qual a origem desta expressão a que tantas vezes recorremos para referir a importância da educação? Os agricultores que cultivam os pepinos precisam, tendo em vista a sua futura comercialização, dar a melhor forma a estas plantas. Retiram uns "olhinhos" para que os pepinos se desenvolvam. Se não for feita esta pequena poda, os pepinos não crescem da melhor maneira porque criam uma rama sem valor e adquirem um gosto desagradável. Assim como é necessário dar a melhor forma aos pepinos para que sejam o mais perfeitos possível, também é necessário conduzir as crianças o mais cedo possível com vista a uma formação integral que se quer a melhor. Eis a nobre missão dos pais! E como o dia é dedicado à figura paterna, sabe qual é o aumentativo do substantivo “pai”? Diz-se “paisão” ou “paizão? O CLP esclarece: O aumentativo de pai é paizão, pela razão de a palavra derivar de uma forma base – pai – terminada em ditongo. A forma de valor aumentativo que se associa a estas palavras é o sufixo -zão. Da mesma maneira se escreve mauzão, palavra também derivada de uma base com ditongo: mau. O diminutivo de pai é também escrito com -z-: paizinho. Ao que tudo indica, o Dia dos Pais tem uma origem bem semelhante ao Dia das Mães, e em ambas as datas a ideia inicial foi praticamente a mesma: criar datas para fortalecer os laços familiares e o respeito por aqueles que nos deram a vida e nos ajudam nas primeiras caminhadas e ao longo de toda a vida. À semelhança do que acontece em Portugal, também em Itália esta festividade ocorre no dia de São José, 19 de Março, forma também de homenagear a figura deste santo como pai de Jesus, um pai que hoje se denominaria de "pai afectivo". Apesar da ligação católica, esta data ganhou destaque por ser afectivamente importante e, claro, comercialmente vantajosa. E, por isso, cá fica um conselho do CLP: mais do que um bem material, é fundamental mostrar, por meio de acções, gestos e palavras, o amor que sentimos por quem nos dá o amor de Pai. Parabéns a todos os Pais! E não se esqueçam de continuar a enviar as vossas sugestões, dúvidas e curiosidades para lperguntador@gmail.com. CLP – Marta Carvalho 12ºF

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terça-feira, 17 de março de 2009

"Línguas de Perguntador" de 11 de Março In "A Voz do Minho"

“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”. Mas nós, caros leitores, não nos mudámos nem mudamos as nossas preferências. Considerem-se “privilegiados” (e não “preveligiados” ou “previligiados”) por haver gente como nós que “fala pelos cotovelos” e vos presenteia todas as semanas com expressões e curiosidades sobre a nossa Língua Portuguesa e afins. Não pretendemos, contudo, importunar-vos “falando de mais”, pois se isto fosse uma conversa cara-a-cara, tornar-se-ia desconfortável estarmos sempre a tocar-lhes com o cotovelo para chamar a atenção. É esta a origem da expressão “falar pelos cotovelos”, que foi pela primeira vez usada pelo escritor latino Horácio (65-8 a. C.) numa das suas sátiras. Agora tendo em atenção a abertura deste texto, “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, esta é uma frase que muita gente já deve ter ouvido, mas cuja origem pode desconhecer. Trata-se de um verso de um soneto de Luís de Camões, com um significado intemporal, daí ser usada ainda hoje em dia. Parece que já no século XVI o poeta se tinha apercebido de que, à medida que o tempo passa, também as nossas vontades, os nossos gostos, desejos e objectivos, vão mudando. Este sentimento é comum a todos nós, mas como diria Penélope Cruz, nas palavras de Woody Allen, há quem sofra de “insatisfação crónica”, ou seja, nunca está satisfeito com nada, o que geralmente acontece porque não sabe o que procura. O músico brasileiro Wilson das Neves traduziria isto dizendo que “Quem procura o que não perdeu quando encontra não conhece”. Por outras palavras, mais lusitanas, “Quem não sabe o que procura, não percebe quando encontra”. É pena, porque às vezes acabamos por “Só dar valor ao que temos, quando perdemos”. Esta é uma velha frase cuja autoria desconhecemos. Deixamos desde já a sugestão para nos contactarem se descobrirem. Mas continuando com a mudança, apesar da sua inevitabilidade, há sempre quem tente “remar contra a maré”, tentado, portanto, fazer algo muito difícil, quase impossível. Por isso não se prendam ao passado e saibam quando está na altura de mudar, pois “todo o mundo é composto de mudança”. Já ouviram falar da “filosofia dos ovos”? Não é aquela em que se interroga quem nasceu primeiro: se o ovo ou a galinha (mas se souberem a resposta, agradecíamos, em nome da humanidade, que nos contactassem também). A filosofia dos ovos teve origem numa anedota, em que um indivíduo vai ao médico e diz: "Sr. Doutor, o meu irmão está maluco, pensa que é uma galinha". O médico diz: "Então por que é que não o interna?". Ao que o indivíduo responde: "Bem, eu internava, mas preciso dos ovos". Divulgada também por Woody Allen, num filme de 1977, ele acrescenta-lhe uma pequena, mas brilhante, reflexão: Assim acontece com os relacionamentos. Mesmo que estes sejam completamente irracionais e absurdos, continuamos a sustentá-los, porque a maioria de nós precisa dos ovos. Por aqui ficamos hoje, com uma sugestão cinematográfica. Vejam o último filme de Woody Allen, Vicky Cristina Barcelona e desfrutem de um divertido momento de reflexão e, possivelmente, identificação pessoal. Para a semana estamos de volta e já sabem que estamos disponíveis em lperguntador@gmail.com. CLP – Maria Vilas Boas e Vera Pereira (12ºF)

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segunda-feira, 16 de março de 2009

Língua portuguesa

«Português básico “reduzido a menos de mil palavras”. “O Português básico está reduzido a menos de mil palavras”, vítima de uma banalização que faz com que “as pessoas falem todas da mesma maneira”. Mais: “os portugueses complicam desnecessariamente uma língua que é uma obra prima da nossa História”. A opinião é de Artur Anselmo, presidente do Instituto de Lexicologia e Lexicografi a da Língua Portuguesa da Academia das Ciências de Lisboa. “Temos 110 mil palavras dicionarizadas - e não falo nas locuções, que aí iríamos para as 300 mil - e o Português básico está reduzido a menos de mil palavras, o que é péssimo”, declarou o fi lólogo à Lusa. “O verbo «pôr» está a desaparecer, hoje toda a gente «mete» - diz-se «meto a mesa» em vez de «ponho a mesa» e isto é mau. O verbo «fazer» também está a desaparecer: já ninguém «faz» perguntas, toda a gente «coloca» questões”, exemplificou. Artur Anselmo alertou ainda para a inexistência de uma listagem de palavras da Língua Portuguesa, sem o qual “não pode haver” Acordo Ortográfi co. “Ainda não foi elaborado o vocabulário - uma listagem das palavras da Língua Portuguesa - e não pode haver um acordo sem esse vocabulário, no qual entram as contribuições de Portugal mas também dos outros países de Língua Portuguesa”, afirmou Anselmo, alertando que “esse processo é demorado”. “Não sei o que se passa nos países africanos e em Timor”, disse. Em Portugal, “o Governo não tomou posição nenhuma, não encarregou ninguém, nem a Academia das Ciências” dessa tarefa.»
(In Página 1)

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domingo, 15 de março de 2009

Página 161

Respondendo ao desafio da Ana Salomé (http://www.cicio.blogspot.com/), deixo aqui a quarta frase da página 161 de um livro que me acompanha há décadas e que tenho sempre na minha mesinha de cabeceira - Rosinha, minha canoa de José Mauro de Vasconcelos. É uma segunda edição, de 1976, e foi o primeiro livro que comprei. Não sei, nem neste momento me importa, se é grande literatura (seja lá isso o que for). Um dia terei de colocar em palavras as lágrimas que este livro sempre me provoca.

pág. 161: «- Agora diga, moça; é a gente que é doida ou é Deus que faz de propósito?»

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sexta-feira, 13 de março de 2009

"Línguas de Perguntador" de 4 de Março In "A Voz do Minho"

Caros leitores do jornal A Voz do Minho, o Línguas de Perguntador regressa e pretende colmatar algumas lacunas que todos nós temos ao nível do Português. E como gostamos de mostrar a “prata da casa” vamos tentar surpreender-vos. E pondo já os seus conhecimentos à prova, sabe qual o significado da expressão “prata da casa”? O CLP ajuda: embora não se conheça a matéria factual que rodeia o aparecimento da expressão “prata da casa”, pensa-se que tenha surgido por comparação com o que se passava nas casas burguesas dos séculos XIX e XX: em ocasiões especiais ostentava-se o melhor que se possuía, por exemplo, à refeição, recorrendo à baixela de prata. Daqui, por extensão, «prata da casa» passou a significar «usar o que se tem de melhor». E é, exactamente, o que gostamos de fazer! Outras das dúvidas que nos têm chegado é acerca dos verbos “cerrar” e “serrar”, que são exemplo de homofonia: palavras que se lêem ou se dizem da mesma maneira, mas se escrevem de forma diferente, sendo o significado de cada uma também diferente. O verbo cerrar significa «fechar, tapar, unir fortemente, apertar», enquanto serrar significa «cortar com serra ou serrote». É vulgar o uso da expressão «cerrar os dentes», que significa fechar bem a boca, com o maxilar superior e o inferior fortemente apertados um contra o outro, para poder suportar melhor uma dor. Tal acontecia antigamente quando se fazia uma intervenção cirúrgica quase sem anestesia ou quando uma mulher estava a dar à luz: cerravam-se os dentes para que não se começasse a gritar e se perdesse o controlo. Curioso, pensa o caro leitor neste momento… para nós este é já um compromisso ao qual não ousamos faltar! O Línguas de Perguntador volta para a semana, sendo esta uma verdadeira lua-de-mel. Por falar nisso, já alguma vez pensou qual a origem desta doce expressão? Há mais de quatro mil anos, os habitantes da Babilónia comemoravam a lua-de-mel durante o primeiro mês de casamento. Nesse período, o pai da noiva oferecia ao genro uma bebida alcoólica feita da fermentação do mel. Como eles contavam a passagem do tempo por meio de um calendário lunar, as comemorações ficaram conhecidas como lua-de-mel. Por esta não esperava! Envie as suas dúvidas, comentários ou sugestões para o nosso email (lperguntador@gmail.com) e visite os nossos sítios na internet: http://www.clp-esb.blogspot.com/ http://www.clubelingua.pt.vu/ CLP – Ana Isabel Lopes e Marta Carvalho (12ºF)

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"Línguas de Perguntador" de 25 de Fevereiro In "A Voz do Minho"

O Línguas de Perguntador é inovador. Mas fala bem e sem enigmas (“LOL”!) e tenta não “dar com os burros na água!”, até porque tenta que os assuntos aqui tratados “dêem água pela barba”. Aqui no Clube da Língua Portuguesa, andamos sempre “a toque de caixa”, mas temos sempre tempo para escrever o Línguas aqui na Voz do Minho. Não temos, portanto, “dor-de-cotovelo” daqueles que andam a escrever todas as quartas-feiras, aqui nas colunas ao lado da nossa, pois todos nós escrevemos bem à nossa maneira e o melhor que sabemos. Não queremos, no entanto, que nos mandem “pentear” ou ver se “estamos on-line” O leitor ficou assustado com esta introdução? Como se costuma dizer, “a Língua Portuguesa é traiçoeira”, mas nós tentaremos tornar tudo mais claro. Vamos, então, passar a explicar estas expressões. “LOL” é uma expressão utilizada pela maioria dos jovens nas conversas pelo telemóvel ou pela internet. “LOL” é uma sigla que significa “Muitas Gargalhadas” e teve origem na expressão inglesa “Lots Of Laughts”. A sigla forma-se a partir das iniciais da expressão, ou seja, “LOL”. Outras expressões, como “Rir muito alto” (em inglês “Laught on L…”), também se poderão aplicar. Quando “damos com os burros na água” significa que algo que fizemos não teve ou não atingiu o objectivo pretendido. Por oposição, quando anunciamos que algo “dá água pela barba” queremos dizer que o assunto levanta muita discussão, ou seja, dá “pano para mangas”. Parece que são expressões muito utilizadas no Alentejo e Algarve, mas entre nós também. A expressão “toque de caixa” remonta ao período medieval, significando o rufar dos tambores ao som dos quais marchavam os soldados e também a expulsão dos indesejáveis das cidades através do som produzido por uma caixa de rufo. Hoje significa que o indivíduo anda muito atarefado (tal como nós!). A expressão “dor-de-cotovelo”, usada para se referir a alguém que sofreu uma decepção amorosa, e por isso se encontra triste ou com ciúmes, ou ainda quando se sente inveja, tem sua origem no hábito de uma pessoa, quando triste e perturbada, se sentar, normalmente num bar, com os cotovelos em cima do balcão enquanto toma uma bebida e lamenta a má sorte no amor. De tanto o infeliz apaixonado ficar com os cotovelos apoiados no balcão, eles ficariam a doer – daí a expressão “dor-de-cotovelo”. “Ver se está on-line” exprime a intenção de o emissor não querer ser incomodado pelo outro. Tem a sua origem no sistema de conversação mais utilizado pelos jovens, o MSN. A expressão “pentear” significa a mesma coisa. É muito usada, especialmente na região de Lisboa e Vale do Tejo. Deixemo-nos de enigmas e expressões! Para a semana voltamos com mais um Línguas de Perguntador. Até lá! CLP – Bruno Micael e Luciana Araújo (12ºF)

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quinta-feira, 12 de março de 2009

"Línguas de Perguntador" de 18 de Fevereiro In "A Voz do Minho"

O Línguas de Perguntador continua a trazer-lhe curiosidades sobre a nossa língua e os elementos do Clube da Língua Portuguesa (CLP) da Escola Secundária de Barcelinhos andaram a esquadrinhar na linguagem mais popular e familiar expressões muito usadas e que têm histórias interessantes. Como no "Carnaval ninguém leva a mal!", esta semana iremos explicar três expressões mais “brejeiras” usadas no nosso dia-a-dia – as expressões “tu estás quilhado”, “vai bugiar” e “um bicho-de-sete-cabeças”. A expressão “tu estás quilhado” provém da palavra "quilha" e refere-se ao facto de, quando algum marinheiro fazia algo que não devia, como castigo, ser amarrado à quilha do barco e ser submetido aos ventos e tempestades do alto-mar. Assim, esta expressão significa estar tramado tal como os marinheiros naquela altura estavam. Já a expressão “vai bugiar” é originária do séc. XIII. Tendo tido várias acepções ao longo da história, a significação que hoje em dia prevalece deve-se ao facto de, no tempo de Filipe II, se usar o “bugio” como um instrumento para afincar estacas aquando da construção do Terreiro do Paço. Devido ao grande esforço que exigia, o “bugio” era manobrado por gente arregimentada entre os vadios e os criminosos. Actualmente, esta expressão tem como principal significado “afastar-se para não importunar”, ou seja, quando utilizamos “vai bugiar” queremos que a pessoa em questão vá “manobrar o bugio”, que vá para longe de nós fazer qualquer coisa. “Bicho-de-sete-cabeças” é uma expressão agora usada para qualificar não somente as coisas muito complicadas, mas também as situações, momentos e problemas que encerram grandes dificuldades para serem resolvidos de forma satisfatória. Na mitologia grega, Hércules foi condenado a executar doze trabalhos. Um deles foi o de matar o monstro marinho, Hidra, que, na epopeia original, possuía doze a cinquenta cabeças. Porém, na narrativa popular, a Hidra foi reduzida a um bicho-de-sete-cabeças. Esperemos que tenha gostado das nossas expressões e que não as tenha achado impertinentes, pois estamos cá também para dar a conhecer histórias engraçadas da nossa língua. Para a semana há mais! Bom Carnaval! CLP – Bárbara Simões e Cláudia Durães (12ºF)

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"Línguas de Perguntador" de 11 de Fevereiro In "A Voz do Minho"

Esta semana trazemos um tema sobre o qual gostamos de falar: o Amor e, em especial, o Dia de São Valentim que se aproxima. A tradição do Dia de São Valentim remonta já há vários séculos. Reza a lenda que durante o governo do imperador Cláudio II este proibira a realização de casamentos no seu império, tendo como objectivo formar um grande e poderoso exército, pois acreditava que os jovens se alistariam com maior facilidade se não tivessem família. Contudo, um bispo, de seu nome Valentim, continuou a celebrar casamentos cujas cerimónias eram realizadas em segredo, mas as suas acções foram descobertas e Valentim foi preso e condenado à morte. Enquanto o bispo estava preso, os jovens continuaram a acreditar no amor e atiravam-lhe flores e bilhetes. Entre estes jovens estava uma jovem cega, Asterias, que era filha do carcereiro e pediu ao pai para visitar Valentim. Os dois apaixonam-se e milagrosamente Asterias recupera a visão. Valentim chegou a escrever-lhe uma carta de amor com a assinatura “de seu Valentim”, expressão ainda hoje utilizada. Pese embora esse amor, o apaixonado Valentim foi decapitado a 14 de Fevereiro de 270 d.c. Por isso, o dia 14 de Fevereiro é o dia de São Valentim. São várias as tradições, jogos e brincadeiras que se fazem ou faziam para comemorar este dia. Nas Ilhas Britânicas, na altura dos celtas, as crianças costumavam vestir-se de adultos e cantavam de porta em porta para celebrar o amor; no actual País de Gales, os apaixonados trocam entre si presentes, como colheres de madeira com corações, chaves e fechaduras, os quais significam “ Só tu tens a chave do meu coração.”. Na França e na Inglaterra, as tradições diferem bastante, os jovens sorteavam os nomes dos seus pares e cosiam-nos nas mangas das camisolas, se trouxesse também um coração cosido isso significava que essa pessoa estava apaixonada. Ao longo dos tempos, as tradições de São Valentim tornaram-se mais complexas com novos e mais rebuscados rituais. Por exemplo, os pássaros passaram a ter um significado muito próprio, avistar um ou outro pássaro poderia determinar a vida sentimental de quem o visse. Assim sendo; ver um pintarroxo significava que a mulher casaria com um marinheiro, ver um pardal era sinal de que casaria com um homem pobre mas seria feliz; já ver uma andorinha significava que casaria com um bom homem e, por outro lado, se avistasse um pica-pau era sinal de que ficaria solteira. Entre nós expressa-se o amor de diversas formas e letras com vermelho a realçar os afectos. Parece-nos, no entanto, que bastaria um sorriso ou um afecto todos os dias para vivermos eternamente um imenso São Valentim. CLP – Diana Monteiro e Catarina Faria 12ºF

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terça-feira, 10 de março de 2009

Hoje, porque sim.

Saudades da pureza de alma transposta em gestos e olhos serenos.
(Foto de Rodrigo Matos)

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segunda-feira, 9 de março de 2009

Intercâmbio Escolar

Recebemos a visita, desde sexta até domingo, de duas turmas da Escola Secundária de Albufeira, acompanhadas de quatro professoras, que fazem parte do projecto de Intercâmbio Escolar. Os alunos da Esc. de Barcelinhos mostraram-lhes Barcelos, receberam-nos com um jantar que organizaram na Escola, passeámos no Gerês e visitámos Braga. Ouviram-se 'sotaques' diferentes no meio de muitas gargalhadas. Aqui ficam algumas fotos destes dias.

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quarta-feira, 4 de março de 2009

Sarau Cultural BE/ CLP - 27.Fev. 2009

O objectivo principal deste Sarau, organizado pela Biblioteca Escolar e pelo CLP, foi o de unir a comunidade educativa em redor de diferentes manifestações culturais, propostas e realizadas por alunos, docentes e funcionários da Escola, envolvendo igualmente pais e encarregados de educação. O objectivo parece ter sido alcançado com êxito, dado o elevado número de participantes e de público que assistiu e apreciou os poemas, as danças e as canções que passaram pelo palco do Auditório da Escola e com a actuação do grupo de fados de Coimbra, "Pardalitos do Mondego", com que o Sarau foi encerrado. Este evento contou também com a presença do jornalista e poeta Alberto Serra, que brindou os presentes com um poema inédito a propósito da ocasião e a quem coube a apresentação dos "Pardalitos do Mondego", grupo que interpreta, de um modo genérico, a Canção de Coimbra, desde a forma mais tradicional - o fado -, até às forma mais recentes - a balada e a trova. Antes da actuação deste grupo, coube à "prata da casa" mostrar os dotes artísticos na declamação de poesia, na dramatização, na dança e no canto. Na voz da aluna Ana Neco ouviram-se duas canções, uma delas original, nos passos de dança brilharam o Raúl e a Rita, mais um grupo de alunas do 10ºC, houve momentos serenos de poesia na voz de professores, alunos e funcionários, acompanhados à viola por dois alunos, momentos de pura "manifestação" como os oferecidos pelos alunos do 12ºF que gritaram bem alto o "Basta! Pum! basta! de Almada Negreiros e a presença do grande poeta Pessoa entrevistado e revisitado pelos alunos do 12ºE. Parabéns a todos.

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