segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Dizer adeus ao tempo e acolher outro tempo

Estamos a dias de saudar um novo ano (pensando bem, isto das datas é estranho, como estranha é a vida que vivemos quando comparada com a que sonhámos viver), é tempo de esperança num futuro que queremos melhor e mais bonito. Conheço as palavras mas não as sei juntar para dizer o que quero, por isso deixo-vos as palavras juntas de Mário de Sá-Carneiro:
"O que devemos é saltar na bruma,
Correr no azul à busca de beleza"
Em 2009, saltemos e corramos até A achar - a beleza, a serenidade, a alegria, a fé, a esperança, a felicidade.
Feliz ano novo.

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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Ana Salomé

Hoje, a Poesia esteve na nossa escola: Ana Salomé foi visitar-nos.
E, não bastasse o que nos ofereceu, ainda escreveu isto no seu blogue www.cicio.blogspot.com
«Quarta-feira, 17 de Dezembro de 2008 Poesia & Paris Hoje tive um dia muito bonito, mas muito intenso, na Escola de Barcelinhos, a convite de Aida Lemos, que foi também minha professora na Universidade, e que me fez sentir, como sempre, em casa, para falar de poesia com os alunos, apresentar-lhes as Odes, e moderar um pequeno concurso de versos em linha (ideia que retirei da iniciativa que decorre na Centésima Página). Ganhou a Cláudia que tinha uma irmã gémea. Receberam-me, mais uma vez, com o coração aberto. É a segunda vez que vou à escola. Fiquei muito comovida com os olhares atentos e doces, com o espanto, com a cara de alegria dos miúdos todos cheio de estilo por descobrirem que conseguiam escrever um verso sobre a palavra favorita deles, com a predisposição para conversarem sobre poesia (citei Pavese, Mário Dionísio, Eduardo Lourenço, Al Berto, Hugo von Hofmannsthal, Henrique Fialho, etc.) e ouvirem-na, com as leituras que prepararam dando-lhes uma respiração nova para mim, com os comentários que teceram, com a generosidade dos sorrisos e da flor artesanal que me ofereceram com as minhas iniciais bordadas, com a presença repetida das meninas lindas do 12ºF na parte da tarde, com a ajuda do Bruno, a simpatia da bibliotecária, a amabilidade dos professores e dos estagiários, com o ramo radioso de girassóis, com o coração parado a ouvirem o Mário Viegas a encantar um poema, com os olhe aqui um poema que fiz sobre si agora mesmo, com os livros apertados nas mãos, com os cadernos à espera do nome e do xi-coração, com a vontade de chegarem a casa e terem sentido que hoje valeu a pena para um amanhã. Fico com uma enorme esperança no mundo ao ver como é possível fazer acontecer poesia nas escolas como se estivéssemos todos sentados numa praia a contemplar um mar de azeite ou uma laranja a levitar na mão de um homem com cabeça de vidro. Hoje à noite, depois do jantar, vou finalmente a Paris comer pipocas. Tenho de me despachar a comer a sopa.»
Obrigada, Catarina.

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quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Manoel de Oliveira: 100 anos de vida e 77 de carreira: Parabéns!

«Citado por Eduardo Prado Coelho em A Mecânica dos Fluídos, Oliveira descreve a imagem. «Como sabem, a gama de cor é enorme e o que é visível é muito pequeno. Para a nossa vista o que está aquém dos raios vermelhos já não se vê e o que está para além dos raios violetas também já se não vê. Se nós tivéssemos uma visão total, talvez que pudéssemos ver a alma...» É a isso que o cinema tantas vezes incompreendido de Oliveira nos leva. A "ver a alma" das suas "desalmadas" personagens. Os brutos acham-no "parado". Como ele, na juventude e na ironia do seu centenário, se deve rir deles. Parabéns, Manoel.»(João Gonçalves, http://portugaldospequeninos.blogspot.com/)

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quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

José Saramago - Prémio Nobel da Literatura 1998

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terça-feira, 9 de dezembro de 2008

"O Vazio depois de Ti" por Ana Andrade

Nota da autora: Este texto foi escrito na altura da morte da irmã da minha amiga Elsa. Neste texto tento encarnar e transmitir os sentimentos despertados na Elsa por essa partida precoce. Por este motivo, o narrador do texto fala como se de uma personagem se tratasse.

Dedicado à Elsa

Num momento estás aqui e eu posso tocar-te, passar a minha mão nos teus cabelos, como que dizendo que estou feliz porque estás comigo. Posso abraçar-te só para sentir o teu coraçãozinho bater-te dentro do peito: o sinal de que preciso para sentir que estamos juntas para sempre e que nenhum punhal carregado de dor nos vai cravar no coração a angústia de nos perdermos uma à outra. Abraçar-te dá-me a certeza de que estarás sempre aí, do outro lado do espelho, à espera que, num dia chuvoso, eu irrompa pelo quarto e te peça consolo porque um qualquer Nada rompeu a teia de ilusões que eu criara à volta de tudo. Num momento eu ouço-te repetir que me amas e eu relembro-te que também te amo porque és minha irmã, a minha imagem do outro lado do espelho que se uniu a mim numa comunhão de sangue e amor. A minha imagem que partilhou o mesmo ventre, o mesmo leite materno, o mesmo carinho dos pais… Invariavelmente, somos um pedaço dos mesmos corpos que se uniram para nos criar, somos um pedaço da mesma alma, uma voz da mesma boca que se separou quando enfrentou a realidade desta tão precária existência. Pertencemo-nos! Num momento posso fechar os olhos com segurança porque sei que, quando os abrir, tu estarás diante de mim, a sorrir-me e a dizer que tudo está bem porque estás comigo… Num outro momento as chuvas inundam cada pedaço do meu corpo, provocando um dilúvio de angústias que me afogam a alma. Num outro momento, não te disse o quanto te amava e o quanto precisava de ti, porque eras a parte de mim que me puxava sempre para a Vida quando o mais recôndito de mim me puxava para o Esquecimento. Num outro momento esqueci-me de existir porque tu já não existias, porque te aventuraste num mundo onde eu não estava presente. Porque deixaste de ser o meu reflexo no espelho e passaste a ser um dos anjos que carrega o peso do mundo às costas; um dos anjos que, por cada ser que sofre uma dor desumana, sente o punhal do sofrimento cravejar-lhe o peito. Num outro momento fecho os olhos mas tenho medo de os abrir e, por isso, permaneço cega perante as atrocidades que se abatem sobre tudo. Fecho os olhos na esperança de, quando os abrir, verificar que estiveras sempre diante de mim, sorrindo, esperando que eu os abrisse para me repetires mais uma vez, e mais uma vez, e mais uma vez que me amas e que nunca me deixarás… Num outro momento abro os olhos e sinto-os arder no esforço cruel de os obrigar a ver-te, de os obrigar a distinguir-te no meio das sombras do quarto. Sei que não estarás mais aqui, sei que não poderei lembrar-te uma vez mais, e uma vez mais, e uma vez mais que te amo. Sei que não mais chorarei no teu colo. Sei que um pedaço de mim partiu, mas recuso-me a deixar-te ir. Continuei à tua procura durante muito tempo nas sombras do quarto. Um dia desisti de procurar-te cá fora e comecei a procurar a parte que me falta dentro de mim. Passo a maior parte do dia de olhos fechados, perscrutando em cada milímetro da minha mente por um vestígio da tua presença. Procuro, procuro, procuro: só encontro vácuo. Um vácuo que ressoa como um grito silencioso nas paredes de um quarto vazio. O vácuo. O vácuo. O vácuo. Sempre o vácuo. Num outro momento já não estavas aqui porque tinhas morrido.

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"Línguas de Perguntador" de 3 de Dezembro

Estimado e atento leitor, estamos de regresso com mais uma edição das Línguas de Perguntador. É com enorme prazer que damos continuidade ao trabalho que tem vindo a ser realizado pelos nossos colegas do Clube da Língua Portuguesa (CLP) da Escola Secundária de Barcelinhos. E estamos cá de novo, pois queremos que os nossos leitores se deliciem com a leitura desta nossa rubrica e não que fiquem “a ver navios". Cá está mais uma expressão muito utilizada na nossa linguagem do dia-a-dia e que vem de há muito tempo atrás. Dom Sebastião, jovem e querido rei de Portugal (séc. XVI), desapareceu na Batalha de Alcácer-Quibir, em Marrocos. O seu corpo nunca foi encontrado e os portugueses recusavam-se a aceitar a morte do monarca. Era comum as pessoas subirem ao monte de Santa Catarina, em Lisboa, na esperança de ver o jovem rei regressar. Como ele nunca regressou, o povo ficou a ver navios… Muitos falantes portugueses já nem se devem lembrar deste facto histórico. Certamente que andam a “comer muito queijo”, pelo que se esquecem muito. Será?! Esta é uma antiga crença popular na qual o queijo é visto como um alimento nocivo à memória. Felizmente para todos os amantes deste produto, a ciência veio comprovar que esta crença não tem verdadeiro fundamento. Pelo contrário, sabe-se hoje, por meio das conclusões provenientes dos estudos sobre memória e nutrição, que o leite e o queijo são fornecedores privilegiados de cálcio e de fósforo, elementos importantes para o trabalho cerebral. Agora os nossos leitores já sabem que podem comer queijo “à grande e à francesa” – expressão que significa viver com luxo e ostentação, originária do tempo em que o general de Napoleão, Junot, chegou a Portugal na primeira invasão francesa e ele e os seus acompanhantes se passeavam vestidos de gala pela capital portuguesa. Assim nos despedimos quase chorando, mas não “lágrimas de crocodilo”, não pensem!...E por que se dizem de crocodilo estas lágrimas e não de tigre ou até mesmo de rã? Provavelmente a maioria dos fingidores sabe a resposta que vamos dar: o crocodilo quando insere um alimento faz forte pressão contra o céu-da-boca, comprimindo as glândulas lacrimais, pelo que "chora" enquanto devora a vítima. Nada agradável, pois não? Está na hora de terminar, mas prometemos voltar em breve. Para a semana as Línguas de Perguntador estão de regresso com outros elementos do CLP. Não se esqueçam de enviar sugestões, dúvidas, curiosidades para lperguntador@gmail.com e até breve! CLP – Márcia Figueiredo e Susana Fernandes 12ºE

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segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

1 de Dezembro de 1640 - Restauração da Independência

(Coroação de D. João IV", Veloso Salgado 1908)
No dia 1º de Dezembro assinala-se a restauração da Independência de Portugal. Falecido o cardeal-rei D. Henrique, em 1580, sem ter designado um sucessor, Filipe II de Espanha, neto do rei português D. Manuel I, invadiu Portugal e submeteu-o a 60 anos de domínio. Foram três os reis espanhóis que governaram Portugal entre 1580 e 1640 – Filipe I, Filipe II e Filipe III. A capital do Império passou a ser Madrid e Portugal foi governado como uma Província espanhola.Como é natural, os portugueses viviam descontentes e compreendiam que só uma revolução bem organizada lhes poderia trazer a libertação.Assim, no dia 1 de Dezembro de 1640, um grupo de 40 fidalgos dirigiu-se ao Paço da Ribeira onde estavam a Duquesa de Mântua, regente de Portugal, e o seu Secretário, Miguel de Vasconcelos.A Duquesa foi presa e o Secretário morto. Foi assim que Portugal recuperou a sua independência, sendo D. João IV,. Duque de Bragança, aclamado rei, com o cognome de "O Restaurador".

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Dia Mundial da Luta contra a Sida

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